Classe Média rondonopolitana – Parte 1

Seguindo as bases do divertido blog Classe Média Way of Life, elaborei um guia prático do comportamento da Classe Média rondonopolitana. Em breve, postarei a segunda parte deste guia.

Dica 01 – Amar Rondonópolis
Para ser um classe média rondonopolitano, você precisa amar Rondonópolis. Não interessa para você, se a cidade está desconectada de todos os circuitos culturais. Ignore todos os problemas da cidade e o pragmatismo leviano, aliás, devem ser vistos como “meros aborrecimentos”.

Dica 02 – Ter raiva de Cuiabá
A classe média rondonopolitana, deve obrigatoriamente ter inve… Opa, ter raiva de Cuiabá. Durante conversas, defenda Rondonópolis a todo custo com argumentos românticos sobre a cidade. É necessário também, criticar e culpar Cuiabá por todas as mazelas do mundo. Como golpe de misericórdia, diga firme: “Cuiabá é muito quente, em Rondonópolis pelo menos venta”.

Dica 03 – Beber tereré ou fumar narguile em espaço público
Não existe nada mais classe média rondonopolitano do que beber tereré ou fumar narguile em locais públicos. Os locais mais indicados, são as praças. Mas não qualquer praça, é necessário consumir na que tenha visibilidade, como as da Avenida Lions. O médio classista deve também, reunir com o grupo em alguma calçada e ignorar a presença de pedestres de classe inferior.

Dica 04 – Cair no samba
Existe uma regra na classe média rondonopolitana: dedicar as quintas-feiras para o samba. É necessário amar o Samba (apenas nas quintas-feiras) e avisar a todos (apenas nas quintas) que o samba é maravilhoso e que você adora sambar. É irrelevante saber a importância de Nação Zumbi e Jorge Ben-jor para a música brasileira, a regra consiste apenas em estar todas as quintas, de maneira religiosa, no samba.

Dica 05 – Posar ao lado da placa de vidro
A Classe Média rondonopolitana tem muito orgulho das casas de shows da cidade. O Médio classista reacionário que se preze, deve posar para fotos ao lado daquela placa de vidro da casa de shows sertanejos. Para a foto ficar impecável, é necessário ter algum símbolo de sites que registram baladas.

Sobre Rodrigo Brito

Autor de Solstício ao Luar, atualmente dedica-se à carreira acadêmica e literária.

Publicado em 28 de setembro de 2012, em Cotidiano e marcado como , , . Adicione o link aos favoritos. 5 Comentários.

  1. Davi Silva Dalberto

    Bah… bem isso mesmo! Só vendo a parte dois para completar algumas coisas que faltam…
    Pena que tem gente de “Classe inferior” que também entra na onda da classe média (como tirar fotos nas placas de vidro)..

    Agora a do samba, eu não sabia… tem mais algum lugar que toca samba que não seja o Grand Beer???

  2. não tem como não incluir ‘participar de grupos jovens religiosos – frequentar acampamentos, ir aos encontros semanalmente e expressar com todas as forças a todos seus contados do facebook que você é mais feliz que os outros por participar dessas atividades da sua igreja’. isso é total a cara da classe média jovem rondonopolitana: o cristão jovem descolado é praticamente uma obrigação!

  3. kkkkkkkkk
    Gostei sobre tudo á parte 2.
    Só que eu acho que mudaria o samba de Quinta-feira, e colocaria os sabados e domingos, á noite que o pessoal da classe média tem que ficar em frente a um tal de L…. Gelo na Avenida Lions, como se não houvesse outro local.

  4. Massa! Muito massa!rsrs

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